A população brasileira está mais consciente com as campanhas do Outubro Rosa, de prevenção do câncer da mama, e Novembro Azul, a respeito do câncer da próstata – porém, nem todos conhecem ainda o objetivo do Setembro Verde, igualmente importante, que tem como proposta prevenir e orientar medidas para o diagnóstico precoce do câncer colorretal. Trata-se da neoplasia que acomete o intestino grosso, ou cólon, e o reto, sendo a segunda em incidência nas mulheres e a terceira nos homens. A cada ano, no Paraná, são registrados mais de dois mil novos casos.
Segundo a médica Maria Cristina Sartor (CRM-PR 10.446/RQE 15665), diretora técnica médica da clínica Lucano, localizada no Hospital Pilar, e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, a maioria dos casos acomete pacientes com mais de 50 anos. “Infelizmente a doença costuma se desenvolver de modo silencioso, sem sintomas aparentes, e isso faz com que seja diagnosticada em fases mais tardias. Com isso, a cirurgia já não é suficiente, sendo necessários os procedimentos de radioterapia e quimioterapia, com índices de cura mais baixos”, explica, enfatizando que, caso o diagnóstico seja precoce, a oportunidade de cura aumenta muito, chegando a 90%.
O que prejudica o tratamento é que muitas pessoas ainda julgam que problemas como desconforto anal ou sangramento estejam associados a hemorroidas ou fissuras, pois os sintomas iniciais são muito semelhantes. “Um exame físico detalhado e exame retal poderão elucidar rapidamente a situação, dando seguimento à investigação mais adequada. A maioria dos tumores no cólon e reto se desenvolvem a partir de uma lesão benigna, chamada pólipo ou adenoma”, diz a médica. Quando retirado ainda nessa fase, interrompe a transformação maligna, prevenindo o desenvolvimento do câncer.
Sobre a prevenção do câncer do intestino grosso e reto, há muitas formas possíveis. “Entre as medidas primárias, está a boa alimentação, rica em legumes, cereais, castanhas e líquidos, e pobre em carnes vermelhas e gorduras saturadas. Também faz parte desses cuidados a atividade física adequada e o cuidado com o excesso de peso, além de não fumar e moderação no consumo de bebidas alcoólicas”, afirma a médica. Maria Cristina destaca que, apesar disso, a prevenção pode ser exercida de forma efetiva, pois há vários protocolos para tal, como o teste de sangue oculto nas fezes, e que devem ser adotados de forma correta pelos sistemas de atendimento à população.
A colonoscopia – exame de endoscopia do intestino grosso – é o método mais eficaz, de acordo com a médica, para prevenção e diagnóstico do câncer colorretal, porém, há diversas outras formas possíveis. “Sempre vale a pena prevenir! Não se deve ter medo da investigação e dos meios de prevenção e diagnóstico: tema o câncer! Se tiver sinais de alerta, procure o médico coloproctologista ou converse com seu médico de confiança”, conclui Maria Cristina. No Portal da Coloproctologia (www.portaldacoloproctologia.com.br) e na página da Sociedade Brasileira de Coloproctologia no Facebook (www.facebook.com/portalcoloprocto) podem ser encontradas dicas de prevenção e cuidados com a doença.
