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Hospital Alemão Oswaldo Cruz troca presidência

Após sete anos, José Henrique do Prado Fay deixa no fim deste ano a presidência do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Em março, ele completa 65 anos e pelo estatuto interno é a idade máxima permitida para um executivo da casa. Para o posto foi escolhido Paulo Vasconcellos Bastian, que já era o braço direito de Fay desde 2006 e há um ano vinha sendo preparado para a posição de comando.
De 2006 para cá, período em que Fay esteve no comando, a receita do Hospital Alemão Oswaldo Cruz mais que dobrou e deve fechar o ano em quase R$ 500 milhões. Fay também esteve à frente do projeto de expansão do hospital que passou a ter 351 leitos, um aumento de 100 quartos de internação, e 22 centros cirúrgicos. E, apesar de os novos leitos terem sido entregues neste ano, a taxa média de ocupação do hospital já é de 83%.
Concluída a ampliação estrutural, que demandou investimento de R$ 240 milhões, um dos principais desafios do novo presidente está na área médica. O Oswaldo Cruz tem em andamento um projeto que tem por objetivo padronizar a metodologia de trabalho em cinco patologias: AVC, infarto, dor torácica, infecções generalizadas e trombose.
Conhecida no jargão do setor como protocolos médicos, essa padronização já é comum em vários países. As práticas médicas adotadas pelo Oswaldo Cruz nessas cinco patologias são baseadas nos modelos usados em hospitais americanos de referência.
Trata-se de um grande desafio cultural porque no Brasil os médicos, em especial aqueles mais renomados, não querem se submeter às mesmas práticas adotadas por outros profissionais.
Defensores da padronização observam que um dos pontos positivos é possibilidade de criar indicadores de eficiência dos procedimentos médicos. “Um mesmo tratamento médico para câncer, por exemplo, pode resultar em um tempo de sobrevida diferente entre os pacientes”, disse Fay. “É, claro, que se um médico nos apresentar um outro o procedimento eficaz, baseado em pesquisas e estudos, ele poderá trabalhar dessa forma”, complementou.
Segundo Bastian, a expectativa é que dentro de dois anos sejam divulgados os primeiros indicadores das práticas adotadas. O objetivo do Oswaldo Cruz é gradativamente ampliar a adoção dos procedimentos médicos para outras patologias.
Fay e Bastian, ambos gaúchos com descendência alemã, já se conhecem há mais de uma década quando trabalharam juntos no Hospital Moinhos de Vento, referência em Porto Alegre e presidida por Fay entre 1999 e 2005.
Outro ponto em comum entre os dois executivos é que nenhum deles é médico. Ambos têm formação na área de negócios. O conselho também é liderado desde abril por um executivo de mercado, o presidente da empresa química alemã Lanxess, Marcelo Lacerda.
Fay é irmão de José Antonio do Prado Fay, que se desligou da presidência da BRF há poucos meses, quando o empresário Abilio Diniz chegou para presidir o conselho de administração da dona das marcas Sadia e Perdigão.

Fonte: Valor Econômico – 09.12.2013
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