Hospitais participam da segunda fase do treinamento de DRG

“Diagnosticar é ato médico, codificar é ato técnico”, a frase de Márcia Martiniano de Sousa e Sá, epidemiologista do Hospital Sírio-Libanês, retrata o quanto pode ser complexo e desafiador fazer a transição para o modelo DRG (Diagnosis Related Group), sistema de classificação de pacientes.

Marcia esteve presente na segunda etapa de treinamento para implantação do DRG nos hospitais associados da Anahp, que ocorreu nos dias 18,19 e 20 de outubro, na sede da entidade, em São Paulo (SP). O curso, realizado em parceria com a 3M e os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, reuniu 17 representantes de sete hospitais.

A segunda fase contemplou o desenvolvimento do “Programa de Aperfeiçoamento em DRG”, o que envolveu a análise dos resultados da primeira fase; análise e apoio dos processos de registro e codificação de dados; análise e apoio na melhoria das terminologias de diagnóstico e procedimentos (TUSS e SIGTAP), treinamento sobre codificadores e suporte na preparação dos dados para envio à 3M, o que ocorrerá na terceira fase.

“Essa é a primeira iniciativa de um curso que padroniza a codificação de morbidade hospitalar”, avalia a Márcia. “Até então, isso ocorria apenas na área de Saúde Pública, com foco na mortalidade”, acrescenta.  Ela ainda enfatizou a importância que esse tipo de treinamento traz às entidades, pois ele ajuda a aprimorar a documentação clínica e a qualidade da assistência. “Os hospitais trouxeram exemplos da documentação médica e analisaram na prática como o processo é realizado em cada instituição”, afirmou.

Marta Fragoso, gerente do núcleo de segurança assistencial do Hospital Vita Curitiba, acredita que o curso traz entre os benefícios, a perspectiva de conhecer melhor o perfil dos pacientes. “Assim nós podemos realizar uma gestão mais racional sob o ponto de vista de perfis de complexidade, o que traz a possibilidade futura de uma mudança de remuneração pelas operadoras”, comentou.

Na opinião de Cristiane Oliveira Azzalin Navas, gerente de qualidade e do departamento de patrimônio clínico do Hospital Santa Catarina, “o projeto ajudou os hospitais a perceberem alguns problemas internos como a codificação no CID (Código Internacional de Doenças) até a insuficiência dos dados”. Segundo ela, a primeira ‘lição de casa’ será melhorar os registros nos documentos no prontuário do paciente e aprender a fazer a codificação dos diagnósticos corretamente. “A principal mensagem é que isso é a base. Se não há registros e codificação adequados, a base fica comprometida”, analisou.

Na opinião de Daniela Pagliari, gerente médica da Rede Mater Dei, o curso foi muito proveitoso e possibilitou a retenção de conhecimento, permitindo que os participantes atuem como multiplicadores dentro das instituições. Para ela, entre os desafios da implantação DRG está em entender o modelo e sair da conceitualização rumo à prática. “Estamos aprendendo esse novo conceito e como na prática isso medirá a eficiência e a qualidade”, afirmou.

Esse é o primeiro projeto da área de educação da Anahp.

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